Escoliose: quais os sintomas, tratamentos e como prevenir

Anda sentindo dor nas costas sem motivo aparente ou alguém já comentou que um ombro seu parece mais alto que o outro? Pode até parecer só um detalhe, mas esse tipo de mudança no corpo pode indicar um problema mais sério: a escoliose. 

A escoliose é o desvio lateral da coluna, que pode surgir ainda na infância ou adolescência, mas também afeta adultos. Nem sempre causa dor logo de cara, por isso é comum passar despercebida no início. Por isso, é importante conhecer os sinais e entender como esse desvio pode trazer consequências ao corpo.

Neste texto, vamos explicar direitinho sobre escoliose, quais os sintomas, quais são os tratamentos disponíveis e o que dá para fazer para evitar que o problema evolua. Afinal, quando se trata da nossa coluna, todo cuidado conta. Vamos entender melhor?

O que é escoliose e quais os sintomas?

A escoliose é uma curvatura anormal da coluna vertebral para o lado. Em vez de formar uma linha reta, a coluna ganha um formato de “S” ou “C”. Esse desvio pode ser leve ou mais acentuado, e geralmente aparece durante a fase de crescimento, principalmente na adolescência. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2% a 4% da população mundial convive com o problema. Até 2023, só no Brasil, eram aproximadamente 6 milhões de pessoas com esse diagnóstico.

Os sintomas variam conforme o grau da curvatura. Em muitos casos, a pessoa nem percebe no início. Mas alguns sinais visuais podem levantar suspeitas: um ombro mais alto que o outro, quadril desalinhado, cintura irregular ou a sensação de que uma perna parece maior que a outra. Também é comum notar a escápula (o osso das costas) mais saliente de um lado.

Além dos sinais visíveis, dores nas costas podem aparecer, principalmente após longos períodos em pé ou sentado. Quando a escoliose evolui sem tratamento, ela pode afetar o funcionamento dos pulmões e do coração nos casos mais graves. 

Quais são as principais causas?

Nem sempre dá pra descobrir de cara o que causa a escoliose. A maioria dos casos é do tipo idiopática, ou seja, surge sem motivo claro. Isso acontece principalmente em adolescentes, e é mais comum em meninas do que em meninos. De acordo com a Scoliosis Research Society, até 80% dos casos entram nessa categoria. 

Mas existem outras formas de escoliose com causas conhecidas. A congênita aparece ainda na formação do bebê, quando as vértebras não se desenvolvem direito. 

Já a neuromuscular está ligada a condições como paralisia cerebral, distrofia muscular ou lesões na medula, que afetam os músculos e o controle postural. Tem também a degenerativa, mais comum em adultos e idosos, provocada pelo desgaste natural da coluna ao longo do tempo.

Além disso, traumas na coluna, tumores ou infecções podem causar ou piorar o desvio. É importante lembrar que má postura, por si só, não causa escoliose, mas pode acentuar dores ou desconfortos se a pessoa já tiver o desvio. 

Sendo assim, mesmo que a origem não esteja clara, é fundamental ficar de olho em qualquer sinal diferente no corpo e buscar orientação médica.

Tratamentos para escoliose

O tratamento da escoliose depende muito do grau da curvatura, da idade da pessoa e se a curva está ou não aumentando com o tempo. Nem todo mundo precisa de cirurgia, viu? Em muitos casos, o acompanhamento com especialista já resolve.

Quando a curvatura é leve, o médico pode apenas acompanhar com consultas periódicas e exames de imagem. Se a pessoa ainda estiver em fase de crescimento, o uso de colete ortopédico pode ajudar a evitar que o desvio aumente. 

Contudo, o colete não endireita a coluna, mas tem um papel importante na prevenção de piora. Ele costuma ser indicado quando a curvatura está entre 20º e 40º, principalmente em adolescentes. 

Para quem sente dor ou sofre com limitação nos movimentos, fisioterapia personalizada e exercícios físicos específicos fazem diferença. Atividades como pilates ou RPG (Reeducação Postural Global) ajudam no fortalecimento da musculatura e na melhora da postura.

Nos casos mais sérios, quando a curva ultrapassa 45º ou 50º, principalmente se ela continua progredindo, a cirurgia entra como opção. O procedimento corrige o alinhamento da coluna com hastes e parafusos, e costuma dar bons resultados. 

Mas só é indicado quando realmente necessário e sempre com avaliação cuidadosa.

Seja qual for o tipo de escoliose, a chave é não ignorar os sinais do corpo. O diagnóstico precoce facilita muito o tratamento e evita complicações futuras.

Como prevenir a escoliose?

Nem sempre dá pra evitar a escoliose, especialmente quando ela aparece por causa de fatores genéticos ou alterações congênitas. Mas algumas atitudes simples do dia a dia ajudam — e muito — a proteger a saúde da coluna e a evitar que um desvio pequeno evolua para algo mais sério.

Olha só algumas dicas que valem a pena colocar em prática:

Fique de olho na postura: Evitar passar horas sentado de qualquer jeito ou curvado ajuda bastante. Uma postura alinhada no trabalho, nos estudos e até usando o celular já faz diferença.

  • pratique atividades físicas: exercícios fortalecem os músculos das costas e do abdômen, que dão sustentação à coluna. Caminhada, natação, pilates e RPG são ótimos aliados;
  • evite mochilas pesadas: em crianças e adolescentes, o excesso de peso nas costas pode prejudicar o alinhamento da coluna. O ideal é que a mochila pese no máximo 10% do peso da criança e que seja usada com as duas alças;
  • observe sinais no corpo: ombros ou quadris desalinhados, roupas que ficam tortas no corpo e dor frequente podem ser alertas. Em casos assim, vale procurar um ortopedista;
  • acompanhe o crescimento das crianças: durante a puberdade, a coluna cresce rápido. Nessa fase, é importante fazer consultas regulares com pediatra ou ortopedista para detectar qualquer alteração logo no começo;

A prevenção começa com atenção. Quanto mais cedo um desvio é identificado, mais fácil o tratamento. E lembre-se: prevenção não é só evitar, mas também agir rápido quando algo parece fora do lugar.

Quando procurar um médico?

Notar algo diferente no corpo e deixar pra depois é um erro comum. Contudo, com a escoliose, isso pode custar muito caro. Se você ou alguém próximo percebeu um lado do corpo mais alto que o outro, roupas que entortam no corpo ou dor nas costas frequente, o melhor caminho é marcar uma consulta.

O diagnóstico precoce ajuda a evitar que a curva na coluna avance e cause limitações. Crianças em fase de crescimento precisam de acompanhamento ainda mais de perto. Já adultos, mesmo com sintomas leves, devem investigar. Não espere travar ou sentir dor intensa para tomar uma atitude.

Quer entender melhor como funciona esse cuidado? Então, confira o nosso artigo “Ortopedista especialista em coluna: Dr. Daniel Bedran” e conheça o trabalho de quem entende do assunto.

Escoliose: quais os sintomas, tratamentos e como prevenir